Nos caminhos com Maiakovisk
Assim como a criança
humildemente afagaa imagem do herói,
assim me aproximo de ti, Maiakóvski.
Não importa o que me possa acontecerpor andar ombro a ombro
com um poeta soviético.
Lendo teus versos,aprendi a ter coragem.
Tu sabes,conheces melhor do que eu a velha história.
Na primeira noite eles se aproximam e
roubam uma flor do nosso jardim.
E não dizemos nada.
Na segunda noite, já não se escondem:
pisam as flores,matam nosso cão,e
não dizemos nada.
Até que um dia,o mais frágil deles
entra sozinho em nossa casa,rouba-nos
a luz, e,conhecendo nosso medo,
arranca-nos a voz da garganta.
E já não podemos dizer nada.
Nos dias que correm a ninguém é dado
repousar a cabeçaalheia ao terror.
Os humildes baixam a cerviz;
e nós, que não temos pacto algum
com os senhores do mundo,
por temor nos calamos.
No silêncio de me quarto a ousadia
me afogueia as facese eu fantasio um
levante;
mas manhã,diante do juiz,talvez meus lábios
calem a verdade
como um foco de germes
capaz de me destruir.
Olho ao redor e o que vejo e acabo
por repetir são mentiras.
Mal sabe a criança dizer mãe
a propaganda lhe destrói a consciência.
A mim, quase me arrastam pela gola
do paletóà porta do templo e me pedem
que aguarde